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Alemanha deixa a Copa vivendo o seu dia de 7 a 1

7 a 1. O inesquecível resultado que na Copa de 2014, no Brasil, impediu que a seleção brasileira chegasse à final.

O algoz: a Alemanha.

Depois daquele 8 de julho, no Mineirão, 7 a 1 virou, mais do que sova, um sinônimo de vergonha, de vexame, de constrangimento, de desgraça.

Quase quatro anos depois, em outro Mundial, o da Rússia, os alemães sentiram essa sensação. A derrota foi por 2 a 0, para a Coreia do Sul, mas o gosto, acetoso, foi de 7 a 1.

Em um grupo no qual era favoritaça, decepcionou fragorosamente. Acabou na lanterna.

Na estreia, perdeu para o México de 1 a 0, mas poderia ter levado dois, três, quatro, pois numerosas foram as chances desperdiçadas pelos mexicanos em contra-ataques.

No segundo jogo, só superou a Suécia (2 a 1) nos acréscimos, com um inspirado chute de Toni Kroos, e tendo ajuda da arbitragem, que não assinalou pênalti claro de Boateng em Berg aos 13 minutos do primeiro tempo.

No terceiro e decisivo confronto, nesta quarta (27), em Kazan, dominou a Coreia do Sul territorialmente (70% da posse de bola) e martelou, martelou e martelou o oponente, porém faltou efetividade, faltou pontaria.

Foram 26 finalizações, apenas 6 no alvo. Dessas com endereço certo, mérito para o goleiro sul-coreano, Jo Hyeon-woo. Nas outras, para fora ou bloqueadas, demérito para Timo Werner, Kroos, Hummels e Mario Gómez, entre outros alemães que tiveram oportunidades, algumas ótimas, e as desperdiçaram.

Os calculistas e eficazes alemães rodaram cedo demais, pela primeira vez em uma fase de grupos de Copa do Mundo. Fracassaram retumbantemente.

Pior desempenho que esse, talvez? Só em 1938, na França, quando o Mundial foi disputado por 16 seleções (hoje são 32) e já começou com jogos eliminatórios. Diante da Suíça, houve um empate por 1 a 1, o que provocou nova partida entre as seleções, na qual deu Suíça (4 a 2).

Mas lá a Alemanha não era ainda uma potência da bola. Não era tão respeitada. Não defendia o título mundial – aliás, nem tinha ainda uma conquista de Copa (hoje são quatro).

A derrota para a Coreia, com dois gols nos acréscimos do segundo tempo – na Copa que tem sido a dos gols nos acréscimos –, o primeiro deles confirmado com a ajuda do VAR – na Copa que tem sido a do árbitro de vídeo –, o segundo em um espetacular contra-ataque – em erro do ótimo goleiro Neuer, que atacava em desespero e perdeu a bola – ficará marcada como um dos maiores reveses, senão o maior, da poderosa Alemanha.

Um detalhe: não vi nas imagens nenhum alemão chorar ou se desesperar, no gramado da Arena Kazan, ao término da partida. Uma frieza que impressionou.

Em tempo: Bom para o Brasil a eliminação da Alemanha? Para quem queria evitar um duelo com o carrasco de 2014, sim. Olhando mais amplamente, ótimo. Os alemães eram os únicos que poderiam se igualar ao Brasil em títulos (cinco), já que a Itália, a outra tetracampeã, não se classificou.

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