Parreira lidera sexteto que elegerá os premiados na Copa de 2018

O brasileiro Carlos Alberto Parreira é o chefe do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa que será responsável por indicar os jogadores premiados na Copa do Mundo da Rússia, que começa na próxima quinta-feira, dia 14.

Campeão como treinador na Copa dos EUA, em 1994, dirigindo o Brasil, Parreira comandará um grupo com mais cinco membros.

São eles: o holandês Marco van Basten, o italiano Alessandro Nesta, o nigeriano Emmanuel Amunike, o sérvio Bora Milutinovic e o escocês Andy Roxburgh.

Um dos melhores atacantes da história do futebol holandês, Van Basten atuou na Copa do Mundo da Itália-1990. No Mundial de 2006, na Alemanha, foi o treinador da Holanda, que caiu nas oitavas de final. Hoje é o chefe do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Fifa.

O italiano Nesta participou de três Copas do Mundo e integrou a seleção campeã do mundo em 2006, na Alemanha. Era zagueiro, e dos ótimos.

O então atacante Amunike marcou dois gols nos EUA-1994, na primeira participação da Nigéria em uma Copa do Mundo – caiu nas oitavas de final. Ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Atlanta-1996. E, como treinador, dirigiu a seleção sub-17 de seu país que conquistou o Mundial da categoria em 2015.

Bora treinou cinco países diferentes em Copas do Mundo consecutivas: México (1986), Costa Rica (1990), EUA (1994), Nigéria (1998) e China (2002), Nas quatro primeiras, avançou até a fase eliminatória.

Roxburgh, o menos conhecido da lista, foi o técnico da Escócia na Copa da Itália-1990. Integra o Grupo de Estudos Técnicos da Fifa há seis Mundiais.

Esse sexteto terá a responsabilidade de eleger os ganhadores de cinco prêmios: a Bola de Ouro, a Bola de Prata, a Bola de Bronze (para os três melhores jogadores, respectivamente), a Luva de Ouro (melhor goleiro) e o de melhor jogador jovem (nascido a partir de 1º de janeiro de 1997).

Outras premiações também são realizadas, só que não dependem da votação do Grupo de Estudos Técnicos: a Chuteira de Ouro, a Chuteira de Prata e a Chuteira de Bronze (para os principais artilheiros) e o Troféu Fair Play (para o time mais disciplinado), este definido por critérios previamente estabelecidos – um deles é a seleção ter de passar da fase de grupos.

Na Copa do Mundo de 2014, a mais recente, os premiados foram:

  • Bola de Ouro – Messi (Argentina)
  • Bola de Prata – Thomas Müller (Alemanha)
  • Bola de Bronze – Robben (Holanda)
  • Luva de Ouro – Neuer (Alemanha)
  • Melhor jovem – Pogba (França)
  • Chuteira de Ouro – James Rodríguez (Colômbia), 6 gols
  • Chuteira de Prata – Thomas Müller (Alemanha), 5 gols
  • Chuteira de Bronze – Neymar (Brasil), 4 gols
  • Troféu Fair Play – Colômbia

Entre os brasileiros, dois ganharam a Bola de Ouro: Romário, em 1994, e Ronaldo Fenômeno, em 1998.

Em 2002, deveria ter sido de Ronaldo mais uma vez esse prêmio, só que, como ele foi definido antes da partida final (uma aberração), quem ganhou foi o goleiro alemão Kahn, que falhou feio em um dos gols do Brasil na decisão – vitória por 2 a 0, dois gols do Fenômeno.

Oliver Kahn, goleiro da Alemanha na final da Copa de 2002 (Coreia/Japão), desolado depois da derrota por 2 a 0; ele falhou no 1º gol do Brasil no jogo em Yokohama (Damien Meyer – 30.jun.2002/AFP)

Falcão foi o Bola de Prata em 1982 e Ronaldo, em 2002; Dirceu, o Bola de Bronze em 1978.

Leônidas (1938, sete gols), Ademir (1950, oito gols), Garrincha e Vavá (1962, ambos quatro gols) e Ronaldo (2002, oito gols) faturaram a Chuteira de Ouro.

Pelé foi escolhido o melhor jogador jovem em 1958 – tinha à época 17 anos.

A seleção brasileira ficou com o Troféu Fair Play em 1982, 1986, 1994 e 2006.

O Brasil nunca teve eleito o melhor goleiro de uma Copa do Mundo.

Em tempo 1: O Grupo de Estudos Técnicos da Fifa também é responsável por coordenar a elaboração de um extenso relatório a respeito da Copa do Mundo. O último, referente a 2014, está aqui (em inglês).

Em tempo 2: Algumas apostas minhas para os premiados na Copa que se aproxima: Bola de Ouro (Neymar, Brasil); Chuteira de Ouro (Messi, Argentina); Luva de Ouro (De Gea, Espanha); melhor jovem (Gabriel Jesus, Brasil); Troféu Fair Play (Brasil). O leitor já deve ter desconfiado, por esses palpites, quem eu acho que ganhará a Copa.