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Cristiano Ronaldo muda de ideia sobre o futuro; não há surpresa no ‘fico’

O título veio mais uma vez, mas Cristiano Ronaldo teve uma atuação esquecível na decisão de Liga dos Campeões da Europa deste ano.

Na vitória por 3 a 1 sobre o Liverpool, no sábado (26), em Kiev, o egocêntrico atacante português não fez gol, não deu assistência, não ofereceu quase nunca perigo ao gol da equipe inglesa.

No primeiro tempo, uma arrancada pela direita e um chute por cima da meta defendida por Karius. No segundo, um gol feito perdido – demorou para chutar, entre a marca do pênalti e a pequena área, e Robertson conseguiu travá-lo.

No restante da partida, o CR7 foi uma sombra do jogador dinâmico e decisivo de outros tempos.

Deve ter sido doído para ele, acostumado a ser protagonista e a receber prêmios de melhor em campo, ou seja, a estar no centro dos holofotes, ver o colega Gareth Bale eleito “o homem do jogo”.

Merecidamente. O galês saiu da reserva e fez dois gols (o segundo e o terceiro), um deles um dos mais bonitos em uma decisão de qualquer campeonato, de bicicleta.

Nas outras finais de Champions League de que participou, à exceção da de 2009 (derrota por 2 a 0 para o Barcelona de Messi), Cristiano Ronaldo balançou as redes, seja no tempo regulamentar, na prorrogação ou na disputa de pênaltis.

Em 2008, pelo Manchester United, contra o Chelsea, fez um gol de cabeça no jogo que terminou 1 a 1. Na disputa de pênaltis, desperdiçou sua cobrança. Mesmo assim, saiu de campo campeão.

Já no Real, em 2014, diante do Atlético de Madri, anotou de pênalti, no final da prorrogação, o gol que fechou a goleada por 4 a 1.

Em 2016, novamente os rivais madrilenhos duelaram na partida decisiva. Houve disputa de pênaltis depois do 1 a 1 com a bola rolando, e o CR7 converteu a cobrança decisiva.

No ano passado, o cinco vezes eleito melhor jogador do mundo (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017) teve sua melhor apresentação em uma final de Champions. Marcou dois dos gols do Real no 4 a 1 na Juventus.

Frustrado com seu desempenho contra o Liverpool, ele deu a entender depois da partida na capital da Ucrânia que não mais defenderia o clube: “Foi muito bonito ter jogado no Real Madrid”.

O suficiente para começarem as especulações.

Estaria ele rumando de volta para o Manchester United? Poderia ir para o Paris Saint-Germain, em negócio que envolveria uma troca com Neymar?

Em Kiev para a cobertura na partida, conversei com alguns colegas jornalistas também presentes e levantei a hipótese de ser um blefe, uma forma de chamar a atenção – o CR7 precisa que falem dele, sempre.

Afinal, não foi a primeira vez que ameaçou sair do gigante espanhol – teve recentemente problemas com o fisco espanhol que o irritaram. Nunca concretizou, porém, essa suposta vontade de ir embora. Seu contrato vai até junho de 2021.

Cristiano Ronaldo sabe que o Real Madrid é um dos pouquíssimos clubes no mundo que podem proporcionar a ele realizar seus desejos constantes e prolongados de protagonismo e estrelato, e em um dos mais badalados campeonatos do planeta, o Espanhol.

Ir para China ou EUA até lhe renderiam seguidos momentos de fama, e caminhões de dinheiro, mas com o ônus de estar relegado à disputa de competições periféricas.

No Real, ele joga rodeado por craques consagrados (Kroos, Modric, Marcelo) e de novatos em ascensão (Lucas Vázquez e Marcos Asensio) que não se cansam nem se importam de serem coadjuvantes para que o português brilhe.

Além disso, o CR7 já não é mais um jovem em sua profissão. Aos 33 anos, continua altamente competitivo porque se cuida fisicamente ao extremo. A explosão muscular sempre foi seu maior trunfo, só que não será eterna.

Pois bem. Tendo feito barulho com a declaração pós-jogo, Cristiano Ronaldo voltou aos microfones no dia seguinte, o domingo, durante a festa em Madri pela 13ª conquista do Real na Champions.

Teve o nome gritado por centenas de torcedores e… afirmou que fica.

“Tenho orgulho de jogar no melhor clube do mundo. Estou confortável aqui. Com esses jogadores é impossível não vencer. Vejo vocês no próximo ano.”

Surpresa? Nenhuma. Nada mais Cristiano Ronaldo.

Em tempo: Por “próximo ano” entenda-se “próxima temporada”, ou seja, agosto, depois da disputa da Copa do Mundo, na qual o atacante defenderá Portugal.

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