Sem Vinicius Jr., Brasil aposta no conjunto para ganhar Mundial sub-17 depois de 14 anos
Negociado por € 45 milhões pelo Flamengo com o Real Madrid no primeiro semestre, aos 16 anos, Vinicius Júnior passou a despertar a curiosidade do mundo da bola.
Se um dos maiores clubes do mundo pagou essa soma para contar com o atacante (que deverá se apresentar em Madrid só na metade do ano que vem, quando estiver com 18 anos), ele tem enorme potencial, é diferenciado. Se Neymar é o presente do Brasil, Vinicius Jr. seria o futuro.
Artilheiro do Sul-Americano sub-17 disputado no Chile, em março, quando o Brasil se sagrou campeão e ele fez sete gols, Vinicius Jr. era esperado uma semana atrás na Índia, que abriga desde esta sexta (6) o Mundial da categoria.
A competição seria seu cartão de apresentação para muita gente que ainda não o viu jogar – afinal, em grandiosidade e exposição, o Mundial bate com folga o Sul-Americano.
Só que Vinicius Jr. não viajou. O Flamengo, depois de perder a Copa do Brasil para o Cruzeiro, decidiu não liberar o jogador para atuar pela seleção, mantendo-o no elenco para a disputa do terço final do Campeonato Brasileiro, no qual o time rubro-negro luta por uma vaga na próxima Libertadores.
Frustrante para muitos, inclusive para mim, pois é sempre um atrativo ver um atleta de grande potencial em ação em um campeonato com as melhores seleções do mundo. Além disso, Vinicius Jr. tem sido reserva no Flamengo – quando joga, tem tido altos e baixos.
O treinador do Brasil, Carlos Amadeu, prefere não lamentar a ausência de Vinicius Jr. Considera que o Brasil, que estreia neste sábado (7), às 8h30 (de Brasília), contra a Espanha, está preparado para ter um grande desempenho no Mundial mesmo sem ele.
“O meu foco é nos jogadores que estão aqui. Tenho muita confiança em todos eles. São mais de dois anos de trabalho com esta geração e eles já adquiriram um entendimento muito grande daquilo que queremos dentro de campo. O ponto forte de nossa equipe é o conjunto. Seremos competitivos”, declarou a “O Mundo é Uma Bola”.
Amadeu e seus pupilos têm a missão de tentar dar ao país um título que não vem desde 2003, com uma equipe que não revelou nenhum craque para a seleção principal – quem mais teve sucesso em clubes foi o volante Arouca, hoje no Palmeiras, já trintão (tem 31).
Depois da Espanha, o Brasil enfrentará a Coreia do Norte, na terça (10), e o Níger, na sexta (13). Esses dois jogos são às 11h30, com exibição do SporTV, que televisiona o Mundial da Índia.
Em tempo 1: O Brasil tem, além do de 2003, mais dois títulos do Mundial sub-17. Ronaldinho Gaúcho, depois campeão mundial com a seleção adulta na Copa do Mundo de 2002 (Coreia/Japão), jogou no de 1997, e Adriano Imperador, titular do Brasil na Copa de 2006 (Alemanha), integrou a equipe campeã em 1999.
Em tempo 2: Depois de 2003, o Mundial sub-17 teve mais seis edições. A Nigéria ganhou três, o México, duas, e a Suíça, uma. Os nigerianos, que com cinco títulos são os maiores campeões da competição disputada desde 1985, não se classificaram para a atual edição – nem os suíços. Os mexicanos, sim, e, assim como os ganenses, tentarão erguer a taça pela terceira vez, igualando-se ao Brasil.