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Em proposta a Bolt, time português oferece bifana, ovo mole e passeio de moliceiro

Luís Curro
Usain Bolt, durante o Mundial de atletismo de Londres, à frente de seus recordes mundiais nos 100 m e 200 m (Han Yan – 13.ago.2017/Xinhua)

Aposentado das pistas há pouco mais de uma semana, o jamaicano Usain Bolt, maior velocista da história, terá aos 30 anos de decidir o que fazer da vida.

Se não quiser fazer nada, pode, já que os prêmios em dinheiro que acumulou por suas conquistas são suficientes para viver mais que decentemente até a velhice.

Se quiser, porém, continuar a praticar esporte e realiza um de seus sonhos, que é ser jogador de futebol, também pode.

O clube português Beira-Mar, em postagem bem-humorada em rede social, abriu as portas para o recordista mundial dos 100 m e 200 m, dono de 11 medalhas de ouro em Mundiais e de oito em Olimpíadas.

“Sendo o Sport Clube Beira-Mar um clube onde os sonhos se concretizam, anunciamos que estamos disponíveis para cumprir o sonho de um dos melhores atletas de todos os tempos! Usain Bolt, vem cumprir o teu sonho. Vem jogar futebol para o Beira-Mar!”, diz o texto direcionado à lenda do atletismo.

O problema é que o Beira-Mar passa há dois anos por situação financeira delicada (declarou insolvência em julho de 2015 e passou a disputar não mais a segunda divisão nacional, mas uma liga regional, mantendo-se em atividade com o auxílio de terceiros) e não está em condições de pagar um salário a Bolt.

Assim, propôs alternativas. Eis alguns dos “benefícios” que o clube da cidade de Aveiro ofereceu ao carismático jamaicano, em bom português de Portugal:

– A honra de vestires a nossa camisola;

– Os melhores adeptos do mundo;

– 3 bifanas por semana no Augusto e 3 hambúrgueres no Ramona (com direito a molho, mas sem batatas fritas, que isto não está fácil para ninguém);

– 12 ovos moles por dia (se ninguém os comer logo de manhã no balneário);

– 1 passeio de moliceiro (é só 1, que a 10 euros a viagem não dá mesmo para mais!);

– As minis são as que quiseres no bar do estádio.

Agora, as traduções: camisola é camisa; adeptos são torcedores; bifana é sanduíche de carne de porco; ovo mole é um doce típico da região; moliceiro é um barco; mini é uma cerveja pequena.

A camisa que Bolt vestirá, caso aceite jogar pelo clube português (Reprodução/Facebook do Sport Clube Beira-Mar)

Para completar a mensagem, o Beira-Mar exibiu a camisola a ser usada por Bolt, com o número 11, e escreveu: “Usain Bolt, você manterá o amarelo e nós o manteremos campeão”.

Bolt nunca escondeu o desejo de jogar futebol profissionalmente, e sua preferência, escancarada várias vezes, é pelo Manchester United, seu time de coração.

O máximo que a equipe inglesa ofereceu ao astro, entretanto, foi a oportunidade de atuar em um jogo beneficente, no próximo dia 2 de setembro, contra o Barcelona, com a participação de ex-jogadores dos dois clubes – Bolt não poderá jogar porque está em recuperação da lesão que teve em sua corrida de despedida.

O jamaicano dá o pontapé inicial em Real Madrid x Deportivo La Coruña no Santiago Bernabéu, em Madri (Susana Vera – 29.ago.2009/Reuters)

Assim, lhe resta por ora tocar a campainha do Beira-Mar e usufruir de todas as “benesses” listadas pela modesta, porém espirituosa, equipe lusa.

Em tempo 1: Hoje em baixa, o Beira-Mar se orgulha de ter tido em suas fileiras Eusébio (1942-2014), considerado o mais grandioso jogador da história de Portugal… até o surgimento de Cristiano Ronaldo. Eusébio jogou pelo time em 1976 e 1977. O único título relevante do Beira-Mar é a Taça de Portugal (equivalente à Copa do Brasil), em 1999.

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