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Virtualmente fora da Copa-2018, China se infiltra na Alemanha por Olimpíada-2020

Luís Curro

País mais populoso do mundo (1,3 bilhão de habitantes), a China vai mal nas eliminatórias asiáticas e está virtualmente fora da Copa do Mundo da Rússia, no ano que vem.

A seleção chinesa ocupa a sexta e última posição no Grupo A, com 6 pontos em 8 jogos, em uma chave que tem Irã (20 pontos), Coreia do Sul (13), Uzbequistão (12), Síria (9) e Qatar (7). Os dois primeiros colocados vão ao Mundial (o Irã já se garantiu), e o terceiro tem chance via repescagem.

Para conseguir chegar em terceiro, os chineses têm de vencer Uzbequistão, em casa (no fim de agosto), e Qatar, fora (no começo de setembro); torcer para que a Síria não some mais que três pontos contra Qatar e Irã e para que a Coreia do Sul derrote o Uzbequistão; e ainda superar no saldo de gols os uzbeques e, talvez, os sírios.

É uma combinação, convenha-se, extremamente improvável.

Torcedores chineses em Síria 2 x 2 China, pelas eliminatórias da Copa de 2018 (Lai Seng Sin – 13.jun.2017/Reuters)

Diante dessa quase certa decepção, o governo chinês, que almeja tornar a nação uma potência do esporte bretão e para isso investe alto para fomentar o futebol local, já traçou uma estratégia para ser mais competitiva na tentativa de ir aos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, em 2020.

De acordo com o jornal alemão “Bild”, há um acerto para que a equipe chinesa sub-20 participe de um dos campeonatos da quarta divisão na Alemanha, que é regionalizada. Os chineses esperam que essa experiência melhore a qualidade técnica de seus jogadores.

Na Olimpíada, o torneio masculino é disputado por 16 seleções com atletas até 23 anos (há permissão para três extrapolarem essa idade).

“Todos os 19 clubes sinalizaram que darão aval para os chineses jogarem, então o plano está bem posicionado”, declarou ao “Bild” Felix Wiedemann, diretor da Liga Regional do Sudoeste.

A entrada da seleção sub-20 chinesa faria a competição ter 20 equipes, o que evitaria que, a cada rodada, uma delas tivesse de folgar.

Além disso, os chineses, que atuariam sempre no campo do adversário, acertaram um pagamento de € 15 mil (R$ 56 mil) ao oponente em cada jogo, em um investimento total de € 570 mil (R$ 2,1 milhões), fora gastos com hospedagem, alimentação, transporte e infraestrutura para treinamentos.

A temporada na Alemanha dura dez meses, de agosto a maio. As partidas entre a China sub-20 e as equipes alemãs não somariam pontos na tabela da Liga Regional do Sudoeste.

A Federação Alemã de Futebol apoia a ideia, até porque os governos alemão e chinês firmaram no fim de 2016 um acordo pelo qual o país europeu e o asiático se comprometem a trocar experiências no esporte, com a finalidade de ganhos para ambas as partes.

Então é bem possível que os chineses estejam em breve correndo atrás da bola em campos germânicos, enfrentando, entre outros, os times B de Hoffenheim e Stuttgart, dois clubes da primeira divisão alemã.

Em tempo: A seleção masculina chinesa disputou os Jogos Olímpicos quatro vezes: Berlim-1936, Londres-1948, Seul-1988 e Pequim-2008. Seu retrospecto é horrível: jamais passou da primeira fase e soma dois empates e seis derrotas (uma delas para o Brasil, por 3 a 0, nos Jogos chineses, nove anos atrás).

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