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Sem fôlego e sem palavras: fabuloso, Barcelona obtém no abafa classificação na Champions League

Luís Curro

Acabou de acabar. Barcelona 6 x 1 Paris Saint-Germain, no Camp Nou. Que jogo! Estou sem fôlego e (quase) sem palavras. Suando até, mesmo em um ambiente com ar condicionado.

O time do trio MSN (Messi-Suárez-Neymar), desacreditado após a derrota por 4 a 0 no jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões da Europa, no Camp Nou, três semanas atrás, precisava obter uma virada jamais vista na história do mais badalado interclubes do planeta.

Obteve, fabulosamente, nos acréscimos do segundo tempo. “O Barcelona aplica uma goleada que jamais será esquecida. Até o fim dos tempos, nunca iremos nos esquecer deste dia”, narrou André Henning no Esporte Interativo, que transmitiu o jogo. Isso mesmo. Inesquecível.

E foi na base do abafa, da pressão, em uma antítese do que o Barcelona geralmente apresenta – um futebol cadenciado, de toque de bola e de paciência na criação das jogadas.

Suárez fez gol, Messi fez gol, Neymar fez gols (2), teve gol contra… E o herói da partida, aos 50 minutos da etapa final, foi o improvável Sergi Roberto.

Sergi Roberto (caído) marca o sexto gol na goleada do Barcelona sobre o PSG, no Camp Nou, que classificou o time catalão para as quartas de final da Liga dos Campeões da Europa (Sergio Perez – 8.mar.2017/Reuters)

Atenção: não é “Sergio” Roberto. É “Sergi” mesmo, sem o “o” no fim. Espanhol de 25 anos que desde os 14 defende o Barça.

O lateral-volante, que adentrara o duelo 20 minutos antes ao substituir o brasileiro Rafinha, entrou para a história do time de camisa azul e grená. Ele se atirou em direção à bola, depois do lançamento de Neymar (que fez uma partida espetacular) para a área, e a desviou, com o pé direito, do goleiro alemão Trapp.

Foi dele o sexto gol, o gol da incrível classificação. Eis um novo herói para a galeria de heróis da equipe da Catalunha. Sua história será contada e recontada, ele dará dezenas de entrevistas, seu gol será reprisado milhares de vezes mundo afora.

Sexto gol do Barcelona no jogo, sétimo dele com a camisa do time principal do Barça – o último, um ano e cinco meses atrás, o primeiro da vitória por 2 a 1 do time sobre o Bayer Leverkusen-ALE, na primeira fase da Liga dos Campeões.

Alguns jornalistas e/ou comentaristas e/ou “experts” do futebol consideraram o Barcelona morto após o 4 a 0 ante o PSG. Disseram que a equipe passou a ser dona de um futebol previsível, ultrapassado.

Não este. “Se há um time capaz de uma virada épica, esse time é este Barcelona” foi a frase que encerrou o post publicado depois da goleada em Paris.

Outra frase emblemática é esta: “Por que não sonhar?”. Do treinador do Barça, Luis Enrique, depois do massacre no Parc des Princes.

Nesta quarta (8), seu sonho, que parecia a zilhões de quilômetros de distância, tornou-se realidade.

O pênalti de Marquinhos em Suárez; veja os gols da partida (Reprodução/Site da Uefa)

E, com o gostinho de “ter feito o impossível”, o Barça avança forte, talvez mais forte do que nunca, para a reta final da temporada 2016/2017. Vivo na Liga dos Campeões. Vivo no Campeonato Espanhol (líder, com um ponto de vantagem sobre o Real Madrid, com um jogo a mais que o arquirrival, que andou tropeçando). Vivo na Copa do Rei (finalista).

Em questão de instantes, o Barcelona voltou a ser “o time a ser batido”.

Uma temporada que há duas semanas parecia rumar para dois títulos (o da Supercopa da Espanha, conquistado em agosto de 2016, e o da Copa do Rei, pois o Barça detém o favoritismo contra o Alavés) agora oferece a chance de uma “coroa quádrupla”.

Em tempo 1: Luis Enrique anunciou na semana passada que deixará o Barcelona no meio do ano. Sua justificativa: querer desconectar por um tempo da desgastante rotina do futebol. Depois do “milagre do Camp Nou”, tenho dúvidas se não está arrependido da decisão. 

Em tempo 2: Dois dos gols do Barcelona foram de pênalti, o terceiro (convertido por Messi) e o quinto (por Neymar). É importante frisar: na minha interpretação, a arbitragem comandada pelo alemão Deniz Aytekin errou na marcação do primeiro. Neymar caiu depois de esbarrar em Meunier, que tinha escorregado na grande área do PSG, próximo à linha de fundo. O lateral francês não fez falta no atacante brasileiro. No segundo, que também foi contestado pelo PSG, eu entendo que houve acerto: Marquinhos, ingenuamente, usou a mão para tentar evitar que Suárez chegasse até a bola. Porém não é um pênalti que qualquer árbitro marcaria.

Em tempo 3: Escrevi faz duas semanas que Mancheter City 5 x 3 Monaco tinha sido o jogo do ano. Não é mais. Eis a dinâmica do futebol. 

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