Técnico do Leicester merece ser eleito o melhor do ano
A Fifa, a entidade máxima do futebol, divulgou a lista dos dez treinadores que concorrem ao prêmio por ela oferecido de melhor técnico do ano.
Concorrem dois franceses, dois espanhóis, dois argentinos, um alemão, um galês, um português e um italiano.
E, se houver alguma justiça na votação, o troféu tem de ir para o italiano.

Claudio Ranieri, de 65 anos, conseguiu uma façanha inédita, uma verdadeira proeza: levou em 2016 o pequeno Leicester, seriamente ameaçado de rebaixamento em 2015, ao inédito título do Campeonato Inglês. Com um futebol, ressalte-se, repleto de predicados: humilde, veloz, objetivo e determinado.
Seu orçamento, na comparação com os gigantes da terra da rainha, era diminuto, e seus jogadores, até então, eram ilustres desconhecidos.
Hoje, há reconhecimento e admiração em torno de nomes como o atacante e artilheiro Vardy, o goleiro Schmeichel e o habilidoso meia Mahrez. O incansável volante Kanté transferiu-se para o Chelsea, e faz sucesso por lá.
Méritos totais para Ranieri, que, de quebra, ao criar um ambiente de união e confiança no grupo, teve a capacidade de manter quase todo o elenco campeão para a temporada 2016/2017 (Kanté foi a única perda relevante) e ainda reforçar a equipe com alguns atletas de qualidade.
Torço para que os votos dos treinadores e capitães das seleções nacionais, somados aos de jornalistas e de internautas, possam eleger o homem nascido em Roma.
Este ano foi dele, mais que dos outros – o Leicester, por sinal, detinha 100% de aproveitamento na Champions League após três rodadas.
Outros treinadores também obtiveram grandes feitos de 12 meses para cá.
O Real Madrid, com Zidane, ganhou a Champions League; o Barcelona, com Luis Enrique, foi campeão do Mundial de Clubes de 2015 (o desempenho nos últimos meses do ano anterior é considerado na eleição) e campeão espanhol; Portugal, com Fernando Santos, conquistou pela primeira vez a Eurocopa.
Mas ninguém é mais merecedor que Claudio Ranieri. Torcerei.
Eis os dez candidatos ao prêmio da Fifa de melhor treinador do ano:
- Zinédine Zidane (França) – Real Madrid (Espanha)
- Didier Deschamps (França) – Seleção da França
- Luis Enrique (Espanha) – Barcelona (Espanha)
- Pep Guardiola (Espanha) – Bayern de Munique (Alemanha) e Manchester City (Inglaterra)
- Diego Simeone (Argentina) – Atlético de Madri (Espanha)
- Mauricio Pochettino (Argentina) – Tottenham (Inglaterra)
- Claudio Ranieri (Itália) – Leicester (Inglaterra)
- Fernando Santos (Portugal) – Seleção de Portugal
- Jürgen Klopp (Alemanha) – Liverpool (Inglaterra)
- Chris Coleman (País de Gales) – Seleção do País de Gales
Em tempo 1: Nenhum brasileiro na lista? Não, lógico que não. Geralmente olha-se para a Europa na escolha, e o único brasileiro em uma das principais ligas nacionais do velho continente é Fabiano Soares, treinador do modesto Estoril (Portugal). Na seleção, Dunga foi muito mal, e Tite ainda inicia o trabalho (ótimo até agora).
Em tempo 2: Luis Enrique ganhou o prêmio da Fifa em 2015. Também já venceram José Mourinho (2010), Guardiola (2011), Vicente del Bosque (2012), Jupp Heynckes (2013) e Joachim Löw (2014).