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Egípcio planeja se tornar o mais velho a jogar uma Copa do Mundo

Luís Curro

Na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, alguns recordes foram batidos. Entre eles, o de jogador mais velho a participar de um Mundial.

O goleiro colombiano Faryd Mondragón substituiu o titular, David Ospina, aos 35 minutos do segundo tempo da partida contra o Japão, em Cuiabá (MT), e, aos 43 anos e 3 dias, superou a marca do atacante camaronês Roger Milla, que atuou contra a Rússia, na Copa de 1994, nos EUA, com 42 anos e 39 dias.

Pois há alguém de olho em se tornar o dono do recorde pertencente ao já aposentado Mondragón. Seu nome é Essam El-Hadary, que aos quase 43 anos e meio continua a ser convocado para a seleção de seu país, o Egito.

Jogador do Wadi Degla (atual quarto colocado no Campeonato Egípcio), ele se vê em grande forma e disposto a colaborar para que o Egito se classifique para a Copa de 2018, na Rússia. “Não me preocupo com minha idade. Treino como se tivesse 20 anos.”

Essan El Hadary, goleiro da seleção do Egito, antes de jogo contra Brasil no Qatar, em 2011 (Karin Jaafar - 14.nov.2011/AFP)
Essan El Hadary, goleiro da seleção do Egito, antes de amistoso contra Brasil no Qatar, em 2011 (Karin Jaafar – 14.nov.2011/AFP)

Chamado para a seleção pela primeira vez em 1997, El-Hadary completou 144 partidas pelo Egito no dia 4 deste mês, na vitória por 2 a 0 sobre a Tanzânia pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações. O resultado classificou os egípcios para a competição, que será no Gabão em 2017.

A Copa Africana o veterano goleiro de 1,88 m já ganhou quatro vezes, em 1998, 2006, 2008 e 2010.

Vencer a Copa do Mundo, no entanto, não está nos seus planos, nem no do Egito, país que só conseguiu se classificar para o mais importante campeonato de futebol do planeta uma vez, em 1990 – na Copa da Itália, caiu na primeira fase em um grupo com Inglaterra, Holanda e Irlanda, registrando dois empates e uma derrota.

Porém a classificação para o Mundial, necessária para El-Hadary atingir seu objetivo, é possível.

Na próxima sexta (24), serão sorteados os grupos da terceira e decisiva fase do qualificatório da África para a Rússia-2018. Vinte seleções, entre elas o Egito, serão divididas em cinco grupos, e o campeão de cada um carimba o passaporte para o Mundial.

O treinador de goleiros do Egito, Ahmed Nagy, reconhece que El-Hadary, apenas a quarta opção para a seleção egípcia no começo do ano, está em grande forma e que suas recentes atuações podem levá-lo a ser o titular novamente da equipe comandada pelo argentino Héctor Cúper.

“Ele esteve espetacular contra a Tanzânia”, afirmou Nagy à britânica BBC. Para ele, o capitão da seleção, pelo que tem mostrado, tem condição de “jogar até os 50 anos”.

El-Hadary vinha sendo preterido até alguns meses atrás – quem jogava era Ahmed El-Shenawy, goleiro do Zamalek (atual campeão egípcio), 16 anos mais jovem. Agora, está disposto a ganhar o duelo. “É a minha hora de jogar uma Copa do Mundo. É o que digo para mim mesmo todos os dias de manhã e antes de cada treinamento. É a minha maior meta.”

Se o Egito conseguirá se classificar, e se El-Hadary entrar em campo nos gramados russos, o recorde de Mondragón não só cairá, mas será um recorde dificílimo de ser batido futuramente.

Na época da Copa da Rússia, que será realizada de 14 de junho a 15 de julho de 2018, El-Hadary, nascido em 15 de janeiro de 1973, terá 45 anos e cinco meses.

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