Egípcio planeja se tornar o mais velho a jogar uma Copa do Mundo
Na Copa do Mundo do Brasil, em 2014, alguns recordes foram batidos. Entre eles, o de jogador mais velho a participar de um Mundial.
O goleiro colombiano Faryd Mondragón substituiu o titular, David Ospina, aos 35 minutos do segundo tempo da partida contra o Japão, em Cuiabá (MT), e, aos 43 anos e 3 dias, superou a marca do atacante camaronês Roger Milla, que atuou contra a Rússia, na Copa de 1994, nos EUA, com 42 anos e 39 dias.
Pois há alguém de olho em se tornar o dono do recorde pertencente ao já aposentado Mondragón. Seu nome é Essam El-Hadary, que aos quase 43 anos e meio continua a ser convocado para a seleção de seu país, o Egito.
Jogador do Wadi Degla (atual quarto colocado no Campeonato Egípcio), ele se vê em grande forma e disposto a colaborar para que o Egito se classifique para a Copa de 2018, na Rússia. “Não me preocupo com minha idade. Treino como se tivesse 20 anos.”

Chamado para a seleção pela primeira vez em 1997, El-Hadary completou 144 partidas pelo Egito no dia 4 deste mês, na vitória por 2 a 0 sobre a Tanzânia pelas eliminatórias da Copa Africana de Nações. O resultado classificou os egípcios para a competição, que será no Gabão em 2017.
A Copa Africana o veterano goleiro de 1,88 m já ganhou quatro vezes, em 1998, 2006, 2008 e 2010.
Vencer a Copa do Mundo, no entanto, não está nos seus planos, nem no do Egito, país que só conseguiu se classificar para o mais importante campeonato de futebol do planeta uma vez, em 1990 – na Copa da Itália, caiu na primeira fase em um grupo com Inglaterra, Holanda e Irlanda, registrando dois empates e uma derrota.
Porém a classificação para o Mundial, necessária para El-Hadary atingir seu objetivo, é possível.
Na próxima sexta (24), serão sorteados os grupos da terceira e decisiva fase do qualificatório da África para a Rússia-2018. Vinte seleções, entre elas o Egito, serão divididas em cinco grupos, e o campeão de cada um carimba o passaporte para o Mundial.
O treinador de goleiros do Egito, Ahmed Nagy, reconhece que El-Hadary, apenas a quarta opção para a seleção egípcia no começo do ano, está em grande forma e que suas recentes atuações podem levá-lo a ser o titular novamente da equipe comandada pelo argentino Héctor Cúper.
“Ele esteve espetacular contra a Tanzânia”, afirmou Nagy à britânica BBC. Para ele, o capitão da seleção, pelo que tem mostrado, tem condição de “jogar até os 50 anos”.
El-Hadary vinha sendo preterido até alguns meses atrás – quem jogava era Ahmed El-Shenawy, goleiro do Zamalek (atual campeão egípcio), 16 anos mais jovem. Agora, está disposto a ganhar o duelo. “É a minha hora de jogar uma Copa do Mundo. É o que digo para mim mesmo todos os dias de manhã e antes de cada treinamento. É a minha maior meta.”
Se o Egito conseguirá se classificar, e se El-Hadary entrar em campo nos gramados russos, o recorde de Mondragón não só cairá, mas será um recorde dificílimo de ser batido futuramente.
Na época da Copa da Rússia, que será realizada de 14 de junho a 15 de julho de 2018, El-Hadary, nascido em 15 de janeiro de 1973, terá 45 anos e cinco meses.