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Derrota vergonhosa tira do São Paulo respeito obtido na Libertadores desde Telê Santana

Luís Curro

O treinador argentino Edgardo “Patón” Bauza já registrou um feito em sua curtíssima passagem pelo São Paulo: a derrota mais vergonhosa na Libertadores desde que a equipe conquistou seu primeiro troféu da mais importante competição interclubes nas Américas.

A partir de 1992, quando a equipe comandada por Telê Santana (e que tinha Raí, Cafu, Müller, Zetti, Ronaldão) triunfou, o São Paulo se tornou sinônimo de respeito na Libertadores. Ganhou também em 1993 e em 2005. Podia não ser campeão ou finalista (tanto que não o foi na maioria das participações), mas jamais foi eliminado precocemente.

Pois o São Paulo jogou esse respeito fora ao ser derrotado pelo Strongest, da Bolívia, na noite de quarta (17), no estádio do Pacaembu, diante de mais de 27 mil torcedores. Desde 1982 os bolivianos não ganhavam um jogo fora de casa pela Libertadores – eram 41 derrotas e 7 empates.

Denis; Bruno, Lucão, Rodrigo Caio e Mena; Hudson (Calleri), Thiago Mendes e Ganso; Centurión (Rogério), Alan Kardec (Kieza) e Michel Bastos. Essa escalação será lembrada para sempre como a que obteve essa façanha negativa.

Pior que o resultado são as perspectivas do São Paulo de Bauza. Terá pela frente mais uma vez o Strongest (na altitude boliviana, onde a equipe local quase nunca é derrotada), duas vezes o argentino River Plate (atual campeão da Libertadores) e duas vezes o Trujillanos, da Venezuela (que, depois do que ocorreu no Pacaembu, passa a assustar).

Se não houver uma melhora significativa do futebol da equipe, tanto na parte técnica como na tática (um pouco mais de raça também não seria mau), o São Paulo será eliminado na fase de grupos pela primeira vez desde 1987, quando ficou em último lugar em uma chave com o Guarani de Campinas e os chilenos Colo-Colo e Cobreloa.

Aquela foi a última Libertadores que o São Paulo disputou antes da de 1992. Nela, em casa, o São Paulo perdeu um jogo, 2 a 1 para o Colo-Colo. Fracassaram na competição jogadores do nível de Careca, Müller, Darío Pereyra, Silas e Pita.

Até hoje, o maior fiasco do clube na Libertadores é o de 1978, quando era dirigido por Rubes Minelli. Pois tinha tudo para se classificar em seu grupo e naufragou. O então campeão brasileiro de 1977 tinha em sua chave Atlético-MG e os chilenos Unión Española e Palestino.

Nas três primeiras partidas, todas como visitante, o Tricolor ganhou uma e empatou duas. Nas três seguintes, perdeu duas e empatou uma, sendo eliminado. No penúltimo jogo na fase, levou de 2 a 1 do Palestino – até o revés para o Strongest, essa era a maior vergonha são-paulina na Libertadores. No último, saiu na frente (gol de Milton Cruz) e permitiu o empate.

Para não igualar o ocorrido há quase 40 anos, o São Paulo precisa urgentemente resgatar o espírito de Libertadores tão presente outrora no time. Lugano, ídolo no clube e titular no título de 11 anos atrás, chegou também para isso. 

O beque uruguaio de 35 anos, conhecido pelo brio, precisa reestrear logo. E precisará se desdobrar, na bola e no grito, para tentar tirar a apatia desse melancólico São Paulo.

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