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Um foi pouco, dois foi bom, três será (bom) demais para as Ilhas Cook

Luís Curro

Sabe o que são as Ilhas Cook? São um arquipélago de 15 ilhas localizadas no Pacífico Sul, com menos de 15 mil habitantes.

São também um destino turístico na Oceania para endinheirados e apreciadores de mergulho.

Sim, tem futebol por lá. Um futebol de muitas e vexaminosas derrotas ao longo da história.

Na sua estreia, em 1971, a seleção cookense levou de 30 a 0 do Taiti nos Jogos do Pacífico Sul. Houve também derrotas de 17 a 0 para a Austrália (em 2000) e de 16 a 0 para a Austrália (em 1998) e para Ilhas Salomão (em 1995).

Mais recentemente, de dez anos para cá, houve outras goleadas, mas não tão acachapantes – a pior, um 7 a 0 para o Taiti.

Mas um dia chegou o dia das Ilhas Cook. Foi há oito anos, em 1º de setembro de 2007. Pelas eliminatórias da Copa do Mundo da África do Sul, na cidade de Apia, na Samoa, goleou Tuvalu por 4 a 1. Parecia ter sido um ponto fora da curva: derrotas ante Fiji, Nova Caledônia e Taiti ceifaram a chance da seleção cookense.

Nas eliminatórias seguintes, para a Copa de 2014, no Brasil, foram duas derrotas (Samoa e Tonga) e um empate (Samoa Americana), em novembro de 2011. Nada inesperado.

Nesta semana, as Ilhas Cook chegaram a Tonga, para a disputa da primeira fase do qualificatório para a Copa da Rússia-2018, como a 206ª colocada no ranking de 209 seleções da Fifa, empatada com Djibuti e à frente apenas de Bahamas e Anguilla.

Os rivais, exatamente os mesmos a quem não conseguiu superar quatro anos atrás. Uma vaga em disputa. Só o campeão do quadrangular se classifica para um dos dois grupos da segunda fase, onde estão à espera seleções mais bem ranqueadas, como Nova Caledônia (167ª no ranking de agosto) e Taiti (187º).

A estreia é contra os anfitriões. E o que acontece? Na segunda-feira (31), com atuação estupenda do meia Taylor Saghabi, os cookenses derrotam os tonganeses por 3 a 0, três gols de Taylor.

A segunda partida, na terça-feira (1º), é diante da Samoa, que na primeira rodada superara a Samoa Americana. E aos 39 minutos de jogo eis que surge… Taylor! Ilhas Cook 1 a 0. E assim ficou até o apito final.

Jogadores das Ilhas Cook (de uniforme verde) no jogo contra a Samoa (Shane Wenzlick/OFC)
Jogadores das Ilhas Cook (de uniforme verde) no jogo contra a Samoa (Shane Wenzlick/OFC)

Se 2007 reservou um dia para as Ilhas Cook, 2015 reservou pelo menos dois. Drew Sherman espera que sejam três.

“Nosso destino está agora em nossas próprias mãos. Eu não poderia pedir mais. História.”

Foram, no Twitter, as palavras do treinador da equipe, nascido no País de Gales e que tem 28 anos, apenas quatro a mais que seu artilheiro, Taylor.

Vencer um jogo foi pouco; vencer dois foi bom, mas talvez insuficiente; vencer três será (bom) demais, será de fato histórico.

Nesta quinta (3), às 23 horas no horário de Brasília, as Ilhas Cook enfrentam a Samoa Americana, que derrotou Tonga na segunda rodada. E nem é necessário triunfar. Um empate basta para obter a classificação.

Um empate que significaria também a melhor sequência de resultados na história da seleção – houve duas vitórias seguidas, em 1998, seguidas entretanto por uma derrota.

Um empate que, à luz do que eles têm feito nos últimos dias, parece até fácil, ou pouco, para os cookenses.

Em tempo: A Fifa divulgou hoje o ranking de setembro, e as Ilhas Cook subiram uma posição, da 206ª para a 205ª.

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