Ousadia no mercado faz Tigres merecer título da Libertadores
André-Pierre Gignac, 29, autor do primeiro gol da vitória por 3 a 1 do Tigres (MEX) sobre o Inter, quinta-feira (23), disputou a Copa do Mundo de 2010 pela França e foi vice-artilheiro da última temporada da Ligue 1. Então no Olympique de Marselha, balançou as redes mais vezes até que Ibrahimovic.
O mexicano Javier Aquino, 25, que infernizou o lado direito da defesa colorada na segunda partida da semifinal da Libertadores, foi titular em boa parte da última edição do Campeonato Espanhol pelo Villarreal, sexto colocado e classificado para a Liga Europa.
Ex-companheiro de Aquino no Villarreal, o atacante Ikechukwu Uche, 31, quarto maior goleador da história da seleção nigeriana, só não enfrentou os brasileiros porque ainda se recupera de uma cirurgia no joelho.
Essas três contratações, todas completadas nos últimos dois meses, mostram por que o Tigres merece não apenas a classificação inédita para as semifinais da Libertadores, como também derrotar o River Plate na decisão e se tornar o primeiro clube mexicano campeão sul-americano(?).
Em um continente que se limita a repatriar jogadores locais que não deram certo na Europa ou de idade elevada e onde o ápice da ousadia costuma ser trazer um europeu prestes a se aposentar, como foi Seedorf no Botafogo, o Tigres faz diferente.
Ao perceber a possibilidade de vencer a Libertadores, saiu ao mercado em busca de reforços de alta qualidade e incomuns. Foi ousado como raramente se viu nas Américas.
Lógico que só conseguiu fazê-lo porque dinheiro não é problema no clube mexicano.
O Tigres pertence à Cemex, uma gigante do ramo da construção civil que é a terceira maior vendedora de cimento de todo o planeta.
O clube também é um fenômeno de marketing: é o mexicano que mais fatura com venda de camisas e, de acordo com a consultoria “Pluri”, o quarto time fora da Europa com maior média de público.
Segundo o estudo, o Tigres levou em média 41.050 torcedores a cada uma das suas partidas em 2013/14 (menos apenas que River Plate-ARG, América-MEX e Seattle Sounders-EUA). A taxa de ocupação do seu estádio (80%) no período foi maior que a do Barcelona (73%).