Geração 1998
O que você fazia aos 15 anos? Martin Odegaard joga pela seleção da Noruega.
O que você fazia aos 16 anos? Hachim Mastour é a esperança do Milan para não ter outra temporada só de tristezas.
Foi-se o tempo em que era preciso esperar os 18, 19 ou 20 anos para atuar entre os adultos e que se profissionalizar aos 17 era quase um atestado de craque reservado apenas aos garotos excepcionais.
Ainda estamos em 2014, e a geração nascida em 1998, isso mesmo, no ano do piripaque de Ronaldo e dos gols de cabeça de Zidane, já começa a colher os louros do sucesso.
O amistoso com a Inglaterra, dia 3 de setembro, deve transformar Odegaard no jogador mais jovem a defender a seleção adulta da Noruega em todos os tempos.
O adolescente tem só 14 jogos como profissionais. Suficiente para receber a convocação histórica e sondagens de 30 clubes, entre eles Barcelona, Manchester United, Manchester City, Juventus, PSG e Ajax, que já enviaram olheiros à Noruega para observar o prodígio.
Seus três gols, cinco assistências e inúmeras arrancadas ao estilo Messi no começo de carreira pelo Stromgodest, terceiro colocado no Campeonato Norueguês, já foram vistos quase 2 milhões de vezes no YouTube.
Especula-se que o Real Madrid esteja disposto a pagar 15 milhões de euros para ter o garoto. O valor transformaria Odegaard na venda mais cara da história do futebol do seu país. Aos 15 anos.
Seis meses mais velho que Odegaard, Mastour também está prestes a quebrar um recorde. E um recorde que pertence a Paolo Maldini.
Depois de participar da pré-temporada do Milan, o meia-atacante italiano de origem marroquina tem até 9 de janeiro para estrear na equipe principal e tirar do ex-zagueiro o posto de mais jovem a debutar em jogos oficiais com a camisa rossonera.
Quebrar esse recorde não deve ser uma tarefa complicada para Mastour. Suprir todas as expectativas que o Milan deposita nele, sim.
Mal das pernas e de cofre, o gigante italiano abriu mão de Kaká, Robinho e Balotelli, seus três salários mais altos. Espera-se em Milão que o adolescente supra a queda técnica provocada por essas perdas.
Habilidade com a bola nos pés, ele tem. Aos 15, Mastour derrotou Neymar em um desafio de freestyle promovido pela Nike, patrocinadora dos dois. No entanto, fazer malabarismos não é sinônimo de ser craque.
O futebol está cheio de garotos precoces que não deram certo. Freddy Adu, que despontou em um Mundial sub-17 com 13 anos e chegou a ser chamado de “Pelé dos EUA” , está aí como prova. Depois de fracassar em todo canto, inclusive no Bahia, hoje tenta jogar no Jagodina, da Sérvia.