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Libertadores-2016 – Sorte para o São Paulo, azar para Palmeiras e Corinthians

Luís Curro

Dos integrantes do Trio de Ferro do futebol paulista, o São Paulo se deu bem no sorteio da Copa Libertadores de 2016; o Palmeiras teve azar, e o Corinthians, também, em dose menos cavalar.

Quarto colocado no Brasileiro deste ano, o São Paulo pegará na primeira fase da competição (popularmente chamada de Pré-Libertadores), em confronto mata-mata, o César Vallejo.

Conhece o César Vallejo? Se sim, você é um entusiasta do futebol peruano, uma raridade no Brasil.

E, nesse caso, certamente sabe que o time sediado em uma universidade cujo nome homenageia o maior poeta peruano superou o poderoso Alianza de Lima em abril, por 3 a 1, para conquistar o Torneio do Inca, o segundo título de sua história de quase duas décadas (foi fundado em 1996) – o primeiro foi a Copa do Peru de 2003.

E também sabe que obteve a classificação para a Libertadores ao superar por 3 a 0 o Real Garcilaso, apenas oito dias atrás, e terminar o Campeonato Peruano em terceiro lugar.

O jogo de ida será em Trujillo; o de volta, no Morumbi. O São Paulo tem a obrigação de se classificar. Se não passar, será um vexame.

Passando, a equipe tricolor terá pela frente o forte e respeitável River Plate (atual campeão da Libertadores). Que o treinador argentino Edgardo Bauza, recém-chegado, conhece muito bem.

E só. Os outros membros da chave, The Strongest (Bolívia) e Trujillanos (Venezuela), nem campeões nacionais de seus países são atualmente.

Avançam dois para as oitavas de final e, mais uma vez, o São Paulo terá a obrigação de se classificar.

Afinal, será uma potência do Brasil contra clubes de Bolívia e Venezuela, os dois países de menor expressão futebolística na América do Sul. Viagens longas não serão desculpa para um eventual fracasso.

Jogadores do River com a Taça Libertadores da América deste ano (Martin Acosta - 6.ago.2015/Reuters)
Jogadores do River Plate com a Taça Libertadores da América deste ano (Martin Acosta – 6.ago.2015/Reuters)

Campeão da Copa do Brasil deste ano, o Palmeiras enfrentará na fase de grupos do principal campeonato interclubes das Américas, e que dá vaga no Mundial de Clubes da Fifa, o Nacional (Uruguai), o Rosario Central (Argentina) e o vencedor de River Plate (Uruguai) e Universidad de Chile. Nenhum dos confrontos promete ser fácil para o time alviverde.

Três vezes campeão continental, o Nacional ganhou o Torneio Apertura e já tem lugar garantido na semifinal do Uruguaio, o que lhe permite dedicar-se com mais ênfase à Libertadores.

O Rosario Central vive bom momento. Terminou o campeonato nacional em terceiro lugar e foi vice-campeão da Copa da Argentina, em jogo no qual a arbitragem favoreceu o Boca Juniors.

A Universidad de Chile, segundo clube mais vencedor do país (são 17 títulos do Campeonato Chileno), atrás apenas do Colo-Colo (31 conquistas), também atravessa boa fase. Venceu no início deste mês a Copa do Chile, superando justamente o Colo-Colo.

O mesmo se pode dizer do River Plate uruguaio, atualmente a terceira força do futebol do país, atrás do Nacional e do Peñarol.

O treinador Marcelo Oliveira terá, sem dúvida, bastante trabalho, e o torcedor palmeirense, que sofreu na Copa do Brasil, deve esperar sofrimento igual ou maior no início da Libertadores.

Elias, Gil e Danilo depois da eliminação do Corinthians da Libertadores-2015, contra o Guaraní-PAR (Eduardo Knapp - 14.mai.2015/Folhapress)
Elias, Gil e Danilo depois da eliminação do Corinthians da Libertadores-2015, diante do Guaraní do Paraguai (Eduardo Knapp – 14.mai.2015/Folhapress)

O Corinthians, campeão brasileiro, enfrentará Cerro Porteño (campeão do Torneio Apertura no Paraguai), Cobresal (campeão do Torneio Clausura no Chile) e o boliviano Oriente Petrolero (Bolívia) ou o colombiano Independiente Santa Fé (campeão da Copa Sul-Americana-2015).

Paraguaios, chilenos e, provavelmente, colombianos pela frente. Olhando para o grupo do Palmeiras, parece até bom, mas poderia ser muito melhor.

Se as bolinhas tivessem sido mais camaradas, os comandados de Tite poderiam encarar peruanos, venezuelanos, bolivianos (esses podem até surgir no caminho, se o Petrolero surpreender).

Porém não há razão para o torcedor alvinegro perder o sono.

O Corinthians é hoje, com alguma sobra, o melhor time do Brasil. Precisa rapidamente encontrar um substituto para Jadson, que deixou o clube (já contratou Marlone, ex-Sport Recife), e manter o bom futebol de 2015.

Feito isso, ninguém assusta. Pelo contrário. Serão os rivais a temer Vagner Love e companhia.

Em tempo: Para não dizerem que não escrevi de Atlético-MG e Grêmio, os clubes brasileiros de fora de São Paulo na Libertadores-2016, vou escrever. A chave do Grêmio é a mais difícil da fase de grupos. Tem, além do tricolor gaúcho, San Lorenzo (Argentina), LDU (Equador) e Toluca (México). A do Atlético parece fácil, mas pode se tornar complicada se o Guaraní, do Paraguai, passar pelo desconhecido Independiente del Valle, do Equador, na Pré-Libertadores. O Guaraní é aquele mesmo que eliminou o Corinthians na Libertadores-2015. Também estão no grupo o bom Colo-Colo (Chile) e outro desconhecido, o Melgar (Peru). Mas, com mais ou menos dificuldade, tanto Grêmio como Galo avançarão aos mata-matas, pois têm futebol de sobra para isso.

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