Segundo escalão africano dá a largada na corrida para a Rússia
Tido como o continente onde se joga o futebol mais alegre do planeta, com muita ginga e nem tanta disciplina tática, a África inicia nesta quarta (7), um dia antes da América do Sul, as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.
Serão cinco vagas em disputa para o Mundial na Rússia.
Esta será apenas a primeira fase, reunindo 26 seleções, as de menor expressão. Se alguma delas chegar à Copa, será uma grandiosíssima surpresa. Os favoritos (Camarões, Gana, Nigéria, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Congo…) só entram na disputa na segunda fase.
Serão confrontos mata-mata (eliminatórios), em jogos de ida e volta, de hoje até terça (13). Seychelles x Burundi é a primeira partida do dia, às 9h30 (no horário de Brasília).
Seychelles, aliás, é uma das nações que tentarão sua primeira vitória em um confronto de eliminatória de Copa – registra, em seu histórico, 10 derrotas e 2 empates. Improvável conseguir, já que neste ano, em nove apresentações, perdeu 7 e empatou 2.
Outras quatro seleções também tentarão um triunfo inédito:
Ilhas Comores – 4 derrotas (Rival: Lesoto; 1º jogo: quinta, dia 8)

Eritreia – 3 empates, 3 derrotas (Rival: Botsuana; 1º jogo: sábado, dia 10)
Somália – 3 empates, 6 derrotas (Rival: Niger; 1º jogo: sexta, dia 9)
Sudão do Sul – estreia no torneio (Rival: Mauritânia; 1º jogo: hoje)
Richard Lado, capitão do Sudão do Sul, esbanjava confiança: “Estamos prontos, totalmente prontos. Sabemos o que fazer. Precisamos vencer, e venceremos”.
O Sudão do Sul é o 144º colocado no ranking da Fifa, liderado pela Argentina; a Mauritânia ocupa a 89ª posição.
O país africano mais bem classificado é a Argélia, em 19º, seguida por Costa do Marfim (21ª), Gana (25ª), Tunísia (36ª) e Senegal (38º) – todos estes só jogam a partir da segunda fase.
A pior colocação de uma nação do continente na lista da Fifa, que tem um total de 209 seleções, é a da Somália (204ª).
Assim, pela penúria de seu futebol, torcerei, sem grande esperança, para a pobre Somália (em todos os sentidos), cuja última vitória ocorreu no dia 2 de janeiro de 2009, um 1 a 0 sobre a Tanzânia. Desde então, foram 17 partidas, 16 derrotas, 1 empate, 2 gols marcados e 55 sofridos.
Com o país em prolongada guerra civil e em convívio constante com o terrorismo, a seleção da Somália, cujos jogadores são apelidados de Ocean Stars (Estrelas do Oceano), mandará seu jogo contra o Níger na Etiópia, onde tem treinado faz quase um mês.
Os 13 países que se classificarem nesta fase das eliminatórias africanas se juntarão a 27 para uma outra disputa mata-mata, novamente em jogos de ida e volta.
Os 20 sobreviventes serão divididos em cinco grupos, com quatro times cada um. O campeão de cada chave carimba o passaporte para a Rússia.
Na Copa no Brasil, em 2014, os representantes africanos foram Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria.
Argelinos e nigerianos foram os que chegaram mais longe, às oitavas de final – nunca na história das Copas uma seleção africana foi além das quartas de final.