Três vezes River Plate
O River Plate derrotou o Tigres, do México, por 3 a 0 no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires, para conquistar seu terceiro título da Libertadores. Os outros foram em 1986 e 1996.
É um título que coroa a recuperação futebolística do segundo clube mais popular da Argentina (o primeiro é o Boca Juniors, que tem o dobro de conquistas do rival na Libertadores).
Recuperação não apenas na competição, pois o River foi o 16º e último classificado na fase de grupos, com uma mísera vitória, mas também como um todo. Em 2011, ano em que completou 110 anos de existência, o time caiu para a segunda divisão argentina, uma mancha que não será apagada de sua história.
Reconstruiu-se, conseguiu voltar à elite. E os tempos de glória voltaram no ano passado. Em 2014, após jejum de seis anos, o River sagrou-se campeão argentino, no Torneio Clausura. O clube é o maior vencedor de campeonatos argentinos, com 35 títulos.
Depois, sob o comando do jovem treinador Marcelo Gallardo (o ex-ídolo do clube tem 39 anos), ganhou Copa Sul-Americana, Recopa Sul-Americana e, por fim, a Libertadores, tendo eliminado no mata-mata, antes de superar o Tigres, o arquirrival Boca, o Cruzeiro e o paraguaio Guaraní (algoz do Corinthians).
Só que, no principal torneio das Américas, o River ainda tem muito a fazer para poder se gabar. Está atrás de três outros argentinos: o Independiente (7 títulos), o Boca (6) e o Estudiantes (4). Mas não está mais atrás de nenhum brasileiro (São Paulo e Santos têm três troféus de Libertadores cada um).
Certo. River campeão. Em uma decisão contra o Tigres sob chuva, num jogo de muita pegada e esforço coletivo. Fico me perguntando se algum jogador desse River campeão defenderá a seleção argentina com regularidade. Esforço-me para identificar um grande talento individual.
Talvez haja espaço na Albiceleste para os meio-campistas Gonzalo Martínez e Claudio Kranevitter, ambos 22 anos, e para o zagueiro Funes Mori, 24 anos.
O atacante Lucas Alario também é jovem, 22 anos, e foi importante na reta final. Fez gol contra o Guaraní, na semifinal, e o primeiro do River na decisão contra o Tigres, de cabeça. Mas ali na frente a concorrência é muito cruel, a começar por ninguém menos que Messi. Ainda há Tevez, há Agüero, há Higuaín, há Lavezzi. Ingresso difícil para Alario.
Após a conquista, o técnico Gallardo declarou que o River quer “mais”. E “mais”, “mais” mesmo, é ganhar o Mundial de Clubes no fim do ano. O Barcelona de Messi, Neymar e companhia estará lá. Esse “mais” eu quero ver.