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Sterling vale 68 milhões de euros? Só para o Manchester City

Rafael Reis

Sterling

“É lavagem de dinheiro, só pode”. “O futebol tá maluco, vai quebrar”. “É uma piada”. “Se é assim, quanto vale o Messi”.

Frases como essas têm pipocado nas redes sociais desde que o Manchester City anunciou a contratação do meia-atacante inglês Raheem Sterling, 20, que estava no Liverpool.

Os valores envolvidos no negócio (68 milhões de euros, ou o equivalente R$ 234 milhões) fazem dessa transação a maior da atual janela de transferências na Europa e a nona mais cara de toda a história do futebol.

Sterling foi mais caro por exemplo que as transferências recordes de Kaká, Cavani e Figo, por exemplo. Além disso, nunca um jogador tão jovem custou tanto.

O que assusta em relação aos valores da transação é que o jogador ainda está longe de poder ser chamado de craque ou mesmo de ter capacidade para liderar um time rumo à conquista do título inglês ou da Liga dos Campeões da Europa?

O meia-atacante é rápido, insinuante e criativo, mas tem, por exemplo, sérias deficiências de finalização. Na última temporada, fez só 11 gols, pouco para um atleta desse quilate.

Também fracassou na tarefa de assumir o protagonismo do Liverpool depois da saída de Suárez e as contantes contusões de Sturridge. Sem a companhia da dupla, ele não foi capaz de manter o time entre os quatro primeiros da Inglaterra.

Mas por que o City topou pagar tanto pelo garoto?

Primeiro, porque pode. Com a flexibilização das regras do fair play financeiro, o clube voltou a ficar livre para fazer investimentos desse porte. Com potencial de gasto quase infinito devido ao aporte que recebe do seu proprietário, o xeque Mansour bin Zayed Nahyan, dos Emirados Árabes.

Além disso, o City realmente precisa de sangue novo para os lados do ataque. Jesús Navas e David Silva já parecem ter passado do auge de suas carreiras. E Nasri, apesar de momentos de brilho, não consegue ser constante.

Também contribui para o valor elevado o inflacionado mercado inglês. Como os clubes não precisam das vendas para pagar dívidas ou fechar o ano no azul, as transações envolvendo clubes da Premier League costumam custar muito mais.

Como bem lembrou o colega Marcelo Salton, City precisa desesperadamente de jogadores ingleses para preencher as cotas. Já tinha poucos na última temporada e perdeu Lampard, Sinclair, Milner e Boyata (belga, mas formado na Inglaterra).

Há, por fim, o componente idade. Ao contratar um jogador de 20 anos, você não paga apenas pelo futebol apresentado por ele, mas sim por seu potencial de crescimento e também pela possibilidade de revenda.

Sterling pode um dia se tornar um craque de primeira escalão e honrar o valor investido. Mesmo que isso não aconteça, o City tem tempo suficiente para revendê-lo no futuro e recuperar parte do que gastou.

Por isso, para o City, Sterling vale sim 68 milhões de euros.

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