Pep? Mou? Que nada… Cholo!
Guardiola se classificou para a quinta semifinal de Liga dos Campeões em cinco participações desde que virou treinador. José Mourinho pegou um time que, segundo suas próprias e nada modestas palavras, “um ano atrás estava a 25 pontos da liderança e jogando Liga Europa em Kazan”, e o colocou entre os quatro melhores da Europa. E Carlo Ancelotti fez a bola do Real Madrid não cair após o adeus do português.
Não importam os feitos dos seus três últimos adversários pelo título europeu. A temporada 2013/14 já é de Diego “Cholo” Simeone, 43.
O ex-volante argentino conseguiu fazer do Atlético de Madri, um time tradicionalmente perturbado pela desproporção entre o tamanho de sua torcida e os títulos recentemente conquistados, uma fortaleza tática e psicológica.
Não é à toa que o time espanhol não foi vazado em cinco dos dez jogos que disputou na Liga dos Campeões. Poucos entendem tão bem de marcação quanto Cholo.
Seu Atlético dentro de campo parece ter dez Simeones. Do lateral direito Juanfran ao centroavante Diego Costa, todos os jogadores marcam como se fossem volantes. E com uma vontade digna de jogos da Libertadores.
O Barcelona não soube o que fazer contra esse arsenal de marcadores que, ao contrário do treinador em seus tempos de jogador, também sabem no que fazer com a bola nos pés.
Os primeiros 20 minutos da vitória por 1 a 0, que colocou o Atlético na semifinal da Liga dos Campeões, depois de 40 anos foram emblemáticos. O tiki-taka do Barcelona simplesmente não existiu, tamanha era a volúpia com que os comandados do Cholo pressionavam a saída de bola.
“Como nas grandes batalhas, às vezes não ganha o melhor, mas aquele que está mais convicto”, declarou o argentino, na saída de campo, sem esconder o estilo militar que lhe é característico.
Simeone iniciou a carreira em 2006, um ano antes de Guardiola. Ao contrário do catalão, gerado no berço esplêndido do Barcelona, teve de ralar e pegou bombas do tamanho de um decadente Racing-ARG e do nada mais que mediano Catania-ITA.
Conquistou apenas dois títulos argentinos antes de chegar ao Atlético, na semana do Natal de 2011.
Agora, está a somente três jogos de uma feito ainda mais exuberante do que aquele que projetou Mourinho, campeão europeu com o Porto em 2004.
Mas mesmo que a Liga dos Campeões passe longe do Vicente Calderón, o Cholo já é o melhor treinador da temporada.